Muitos fatores de risco já são conhecidos como possíveis causas do envolvimento do jovem com as drogas. Dentre esses fatores, associados ao abuso de drogas e sintetizados pelo National Institute on Drug Abuse (Instituto Nacional para o Abuso de Drogas) dos Estados Unidos, encontram-se os ligados à socialização fora da família, especificamente a escola e os amigos fora da escola.
O comportamento agressivo e inapropriado em sala de aula, o fracasso no desempenho escolar, habilidades sociais empobrecidas, o envolvimento com colegas que apresentam comportamentos desviantes e a aprovação do uso de drogas entre os colegas são fatores de risco ligados à socialização.
Os fatores protetores não são sempre opostos aos fatores de risco, e dentre esses, incluem-se o sucesso no desempenho escolar e os vínculos fortes com instituições pró-sociais, como a escola.
O uso de substâncias estabelecido entre os 14 e 15 anos de idade pode ser prenunciado pelo comportamento social e escolar demonstrado entre os 7 e os 9 anos de idade.
O uso de substâncias estabelecido entre os 14 e 15 anos de idade pode ser prenunciado pelo comportamento social e escolar demonstrado entre os 7 e os 9 anos de idade.
O baixo desempenho escolar em estudantes pode excluí-los do grupo na escola que tem mais sucesso, levando-os ao envolvimento com jovens que apresentem problemas escolares.
O grupo de amigos é um fator que interfere no uso de substâncias; quanto maior a associação com jovens desviantes maior é a probabilidade de desvio e uso de drogas.
Quando o adolescente começa a mudar seu comportamento os pais e professores devem estar atentos a essas mudanças. Pais de jovens usuários descrevem que os anos pré-escolares do filho foram difíceis e mencionam a sensível diferença dos irmãos e irmãs.A criança acha que choramingar, chorar, gritar, bater ou ter acessos de raiva são eficazes, pois através disso consegue eliminar o comportamento aversivo de seus pais.
O segundo estágio é estabelecido diante da evidência de que a criança não está adquirindo as habilidades escolares.
A hipótese é de que o comportamento rude da criança conduz à rejeição pelo grupo e aos prejuízos escolares. Os fracassos nesta fase limitam as experiências sociais, fazendo-a procurar um ambiente receptivo, o que pode coloca-la em risco de envolvimento com um grupo desviante e de aprimoramento de suas habilidades anti-sociais.
Uma pesquisa publicada pela revista Estudos de Psicologia preocupou-se com aspectos do desenvolvimento escolar de adolescentes que adquiriram comportamento de abuso de substâncias psicoativas.
Para isso foram analisados prontuários de pacientes que foram internados em instituição para tratamento de dependência de drogas em Curitiba - PR, com idades entre 11 e 21 anos.
Para a análise dos dados foram utilizadas todas as treze autobiografias femininas; entre as masculinas foram sorteadas quinze para melhor equilíbrio entre os dois grupos.
A adaptação da criança ao ambiente escolar e aos colegas é o primeiro desafio para o ajustamento fora da família. No presente estudo constatou-se que os rapazes não apresentaram uma adequada adaptação na escola. Ao contrário, as dificuldades escolares foram precoces. Nessa perspectiva as crianças mal adaptadas estão em risco para experimentarem a discriminação e a rejeição por parte dos professores e colegas, podendo definitivamente abandonar a escola.
Diferentemente dos meninos, as moças descreveram problemas dessa natureza na puberdade, quando perceberam problemas de disciplina, desinteresse por estudar e queda nas notas. Nesse período, descreveram, também, associação com colegas “do fundão da sala de aula”, com os que faltavam ou com os que usavam alguma substância. As crianças que são privadas de experiências positivas e consistentes no ambiente familiar são as mais carentes de experiências consistentes ao chegarem na escola. Poderiam encontrar no ambiente escolar uma chance para o exercício da assertividade e do autovalor, o que ajudaria na prevenção ao uso de drogas. Para isso é necessário o investimento em qualificação de educadores e uma política educativa que possa lidar com os “alunos difíceis”, que talvez sejam os que mais precisem de uma escola que não rejeite ou expulse, mas que enfrente o desafio
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