sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

12 de Dezembro dia da MÃE da AMERIACA LATINA

Nossa Senhora de Guadalupe "La Morenita"

Como toda aparição de Nossa Senhora, a que é venerada hoje é emocionante também. Talvez esta seja uma das mais comoventes, pelo milagre operado no episódio e pela dúvida lançada por um bispo sobre sua aparição a um simples índio mexicano. Tudo se passou em 1531, no México, quando os missionários espanhóis já haviam aprendido a língua dos indígenas.

A fé se espalhava lentamente por essas terras mexicanas, cujos rituais astecas eram muito enraizados.

O índio João Diogo havia se convertido e era devoto fervoroso da Virgem Maria. Assim, foi o escolhido para ser o portador de sua mensagem às nações indígenas.
Nossa Senhora apareceu a ele várias vezes. A primeira vez, quando o índio passava pela colina de Tepyac, próxima da Cidade do México, atual capital, a caminho da igreja.

Maria lhe pediu que levasse uma mensagem ao bispo. Ela queria que naquele local fosse erguida uma capela em sua honra.
Emocionado, o índio procurou o bispo, João de Zumárraga, e contou-lhe o ocorrido.
Mas o sacerdote não deu muito crédito à sua narração, não dando resposta se iria, ou não, iniciar a construção. Passados uns dias, Maria apareceu novamente a João Diogo, que desta vez procurou o bispo com lágrimas nos olhos, renovando o pedido.
Nem as lágrimas comoveram o bispo, que exigiu do piedoso homem uma prova de que a ordem partia mesmo de Nossa Senhora.
Deu-se, então, o milagre.
João Diogo caminhava em direção à capital por um caminho distante da colina onde, anteriormente, as duas visões aconteceram.
O índio, aflito, ia à procura de um sacerdote que desse a unção dos enfermos a um tio seu, que agonizava.
De repente, Maria apareceu à sua frente, numa visão belíssima. Tranqüilizou-o quanto à saúde do tio, pois avisou que naquele mesmo instante ele já estava curado.
Quanto ao bispo, pediu a João Diogo que colhesse rosas no alto da colina e as entregasse ao religioso.
João ficou surpreso com o pedido, porque a região era inóspita e a terra estéril, além de o país atravessar um rigoroso inverno.
Mas obedeceu e, novamente surpreso, encontrou muitas rosas, recém-desabrochadas.
João colocou-as no seu manto e, como a Senhora ordenara, foi entrega-las ao bispo como prova de sua presença. E assim fez o fiel índio.

Ao abrir o manto cheio de rosas, o bispo viu formar-se, impressa, uma linda imagem da Virgem, tal qual o índio a descrevera antes, mestiça.
Espantado, o bispo seguiu João até a casa do tio moribundo e este já estava de pé, forte e saudável.
Contou que Nossa Senhora "morena" lhe aparecera também, o teria curado e renovado o pedido.
Queria um santuário na colina de Tepyac, onde sua imagem seria chamada de Santa Maria de Guadalupe. Mas não explicou o porquê do nome.
A fama do milagre se espalhou.
Enquanto o templo era construído, o manto com a imagem impressa ficou guardado na capela do paço episcopal.
Várias construções se sucederam na colina, ampliando templo após templo, pois as romarias e peregrinações só aumentaram com o passar dos anos e dos séculos.
O local se tornou um enorme santuário, que abriga a imagem de Nossa Senhora na famosa colina, e ainda se discute o significado da palavra Guadalupe.
Nele, está guardado o manto de são João Diego, em perfeito estado, apesar de passados tantos séculos. Nossa Senhora de Guadalupe é a única a ser representada como mestiça, com o tom de pele semelhante ao das populações indígenas.
Por isso o povo a chama, carinhosamente, de "La Morenita", quando a celebra no dia 12 de dezembro, data da última aparição. Foi declarada padroeira das Américas, em 1945, pelo papa Pio XII. Em 1979, como extremado devoto mariano, o papa João Paulo II visitou o santuário e consagrou, solenemente, toda a América Latina a Nossa Senhora de Guadalupe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário